A manhã estava silenciosa, mas o silêncio era tenso, carregado de expectativa. Kael e Arion se aproximavam do quartel de Lucian, onde a primeira batalha real iria ocorrer. O ar vibrava com ondas invisíveis, prenunciando o impacto iminente.
— Lembre-se — disse Arion, — cada nota, cada gesto deve ser calculado. Lucian e sua equipe não perdoam erros. Eles não lutam para impressionar; lutam para dominar.
Do outro lado, Lucian sorria, quase como se sentisse a energia de Kael antes mesmo de vê-lo. Seus instrumentistas ajustavam seus sons: percussão pesada ressoando no chão, sintetizadores cortando o ar, flautas afiadas criando linhas cortantes que se entrelaçavam em padrões quase impossíveis de seguir.
Kael fechou os olhos por um instante, sentindo cada vibração ao seu redor. A Voz não era apenas som; era percepção, intuição, controle absoluto do fluxo sonoro.
A batalha começou com uma explosão de frequências. Ondas colidiam e se refratavam, criando cores visíveis na fumaça da manhã. Kael desviava, absorvia e transformava ataques em energia defensiva, enquanto Arion apoiava com linhas harmônicas que fortaleciam suas defesas.
— Ataque concentrado! — gritou Lucian. O percussionista lançou uma sequência de golpes que vibravam pelo chão e pelas paredes, quebrando o ritmo e tentando desestabilizar Kael. Mas Kael combinou sua Voz com notas improvisadas, criando barreiras invisíveis que refletiam parte da energia.
O sintetizador entrou em ação, distorcendo o espaço ao redor, gerando ondas que se moviam em padrões imprevisíveis. Kael percebeu que apenas reagir não seria suficiente. Ele começou a **antecipar padrões**, usando a percepção da Voz para prever cada movimento e sincronizar ataques com Arion.
A flautista da equipe inimiga lançou uma rajada aguda, cortando linhas de energia no ar. Kael desviou, mas sentiu o impacto vibrar através de seus ossos. Ele percebeu que cada membro da equipe de Lucian era coordenado, como instrumentos de uma única sinfonia sombria.
— Nós conseguimos — murmurou Kael, concentrando a Voz em uma nota que ressoava profundamente, fundindo energia e melodia. O som se espalhou pelo ambiente, criando uma onda que desestabilizou momentaneamente a equipe adversária.
Por um instante, tudo se tornou silêncio absoluto. Kael sentiu o poder de sua Voz, não como ataque, mas como expressão da harmonia que poderia existir mesmo em meio ao conflito. Mas Lucian não havia terminado. Esta batalha era apenas o começo.
Nota: Episódio 7 detalha a primeira batalha real entre Kael e a equipe de Lucian. Cada ataque e defesa é visualizado como ondas sonoras, mostrando coordenação e estratégia. Instrumentistas inimigos têm estilos distintos, reforçando a ideia de guerra musical. Kael demonstra crescimento, improvisação e entendimento da Voz como ferramenta de harmonia e combate.